Quando eu era criança, as revistas em quadrinhos foram o ponto de partida para a minha aventura pela educação. Aprendi a ler e desenvolvi o gosto pela literatura folheando as páginas das “revistinhas” como eu chamava na época. Lembro-me de visitar as bancas de jornais, hoje tão raras em nossas cidades, para comprar novos exemplares da turma da Mônica, da Disney, de super heróis.
Com o passar do tempo, o interesse nos quadrinhos estendeu-se a revistas, jornais e, finalmente, livros. O hábito da leitura começava a formar-se e foi acompanhado pela prática da escrita. Aos poucos, o consumidor de histórias começava a dar lugar ao contador de histórias. Já na Biologia, os diferentes temas e informações interessantes viraram assunto de textos que eu enviava para revistas como a Ciência Hoje das Crianças.
Como docente, percebi que o conteúdo das aulas poderia virar textos, compartilhando aquele conhecimento com o público. E os alunos poderiam ser coprotagonistas nesta empreitada. Assim, em 2018, no IF Goiano/Campus Rio Verde, nasceu o jornal Desbaratando a Biologia, com um nome inusitado, um estilo fora do convencional, com alunos participando da criação da logomarca, da diagramação e das várias etapas relacionadas aos textos.
Ao longo dos anos, tem sido uma experiência gratificante receber os textos, publicar as edições, ver o material difundindo-se e novos escritores surgindo. Algo interessante é que alunos que foram autores, revisores ou ajudaram na edição de números, tornaram-se docentes em escolas públicas e passaram a trabalhar os textos do nosso jornal em sala de aula. Estávamos além dos muros do IF Goiano! Os alunos deles passaram a produzir resenhas sobre nossos textos e eu entendi que era hora de uma nova jornada para o Desbaratando ir Além de Rio Verde, de Goiás. Precisávamos ir Ao Infinito e Além, mas isso é história para outro texto…